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segunda-feira, 18 de julho de 2011

A importância da linguagem em pesquisas científicas

Fonte da imagem: http://smharmon.blogspot.com/2010/08/linguagem.html


A importância da linguagem em pesquisas científicas

No decorrer da disciplina, quando utilizamos como base o texto de Tomanik (2004) foram realmente novas “conversas” sobre as pesquisas sociais, porém não é o meu objetivo aqui falar de todas esses novas descobertas e conversas, mas tão somente salientar a importância da linguagem em pesquisas sociais. A escolha dessa temática não se deve ao fato  desta ser mais ou menos importante que os demais temas estudados, pois acredito que o cientista ao elaborar uma pesquisa científica dever estar atento a todos os requisitos que envolvem a elaboração de uma pesquisa científica.
Um dos motivos pelos os quais escolhi essa temática se deve ao fato de que achei muito interessante a importância e o cuidado que devemos ter ao elaborar uma pesquisa científica para que se torne compreensível, claro e objetivo o que estamos falando, afinal de contas temos que ter em mente que a pesquisa não ficará restrita a nossa gaveta ou biblioteca particular, mas que ela será vista, criticada e discutida por nossos pares (comunidade científica) e demais interessados e, portanto,por isso ela deverá ser clara, compreensível e objetiva, não é mesmo? Mas como fazer isso?
Não pretendo aqui ser uma manual de primeiros socorros, mesmo porque estou longe de ser o médico, talvez, no máximo ,o indivíduo que a partir de algumas observações liga para o serviço de emergência. Então, vamos lá!
Uma das primeiras observações a partir do texto de Tomanik (2004) que me chamou a atenção foi “Nossa vida em sociedade depende fundamentalmente de nossa capacidade de produzir e enviar, receber e compreender mensagens das mais diversas naturezas” (TOMANIK, 2004, p. 116). Desde que nascemos estamos diariamente em um contínuo processo de compreender e ser compreendido, exercendo e nos aperfeiçoando na capacidade, se não arte, de comunicação de informações e mensagens e, com a pesquisa científica, não seria diferente, mas seria da mesma forma o processo de linguagem? Não, claro, isso pode parecer óbvio, não é mesmo? Mas como deve ser essa linguagem? Aí está o “pulo do gato” e Tomanik (2004) nos brinda com reflexões interessantíssimas o autor afirma que esta linguagem dever ser resultado de uma reflexão mais aprofundada sobre os termos que estamos utilizando  e respeito da construção da frase e, ainda,  nos informa que esta dever ser “mais estável, mais fria e “disciplinada”, para garantir a qualidade de sua comunicação, normalmente baseada em informações mais claras e precisas do que as da comunicações cotidiana” (TOMANIK, 2004, p.116) ou seja, devemos evitar expressões e termos mais coloquiais, gírias e sermos mais objetivos, claros e organizados naquilo que pretendemos informar.
Um outro, ponto a ser discutido, e, que, facilita a clareza e a objetividade da linguagem científica, é  sintetizar os  conceitos, ou seja, devemos nos utilizar de conceitos que não tenham muitos significados ou que dêem margem  a muitas e diferentes interpretações. Clareza, objetividade e precisão, lembram?
Até aí tudo bem? Ótimo, porque tem mais pontos que precisam ser discutidos e, agora, vamos voltar nossa atenção para outro ponto interessante a ser discutido que são os juízos de valor muitas vezes empregados em textos científicos. Mas o que são conceitos, juízos e juízos de valor? Ora, se tentarmos definir o que é uma universidade, provavelmente, diremos que é um ambiente pluridisciplinar para a formação de profissionais de nível superior, etc. agora quando definimos o que é uma boa universidade já estamos emitindo um juízo, ou seja, “o juízo, portanto, é uma relação entre conceitos” (RUDIO, 1981 apud TOMANIK, 2004, p. 120) e ainda, segundo Tomanik (2004, p. 120) “ o juízo é uma relação entre conceitos que exprime muito mais uma convicção de quem o emite, do que uma efetiva característica do fenômeno a que se refere” . Então, qual a importância saber o que é conceito e o que é juízo para a ciência? Ora , porque segundo o autor do texto estudado é:

“A tarefa da ciência, portanto, é muito mais de tentar tornar claro, sempre que possível, o que é conceito e o que é, ou pode ser juízo, do que se propor a eliminar total e definitivamente, os juízos do seu discurso”. ( TOMANIK, 2004, p. 121)

Duas reflexões são importantes no momento de elaboração do texto científico: Para quem se escreve e para que se escreve? A partir das repostas a esses questionamentos fica mais fácil a identificação de nosso leitor, assim como a escolha dos termos e conceitos que serão utilizados, a estrutura (discurso) enfim a linguagem que será utilizada para que o texto fique claro, compreensível, objetivo e não se torne monótono ou confuso para a leitura.
Segue, abaixo algumas reflexões extraídas da leitura do texto de Tomanik (2004) que deverão ser observadas no momento de elaboração do texto científico.
“Jamais escreva para você mesmo”
“A avaliação do texto deve ser feita por membros do grupo a qual ele se destina (...) o autor não é um bom crítico de sua obra”
“Tenho que ter certeza que conheço os termos que emprego, que as palavras que utilizo não são apenas enfeites, aparência de conhecimento”
“Tenho que ter um cuidado todo especial com a clareza das frases que elaboro, além de não utilizar conceitos que não domino, especialmente, entre aqueles próprios de minha área”
“(...) a mudança de uma palavra na definição de um conceito pode alterar substancialmente seu significado”
“ A preocupação com a clareza, porém, pode evitar a elaboração de textos pretensiosos e fúteis, em que a pobreza de conteúdo procura se ocultar sob a forma de um discurso rebuscado e hermético”
Tomanik, 2004, p. 127-132

Escrever um texto científico é uma tarefa nada fácil, a melhor maneira de fazer é exercitando e pondo em prática. E então, vamos por em prática?

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